PICOS INTERNACIONAIS

 

IIhas Canárias

 

El Quemao – O risco da perfeição

As Ilhas Canárias são o destino principal dos europeus durante o inverno. Elas são conhecidas como Hawaii europeu, tanto por suas poderosas ondas como por seu localismo.

O arquipélago é formado por sete ilhas. A mais conhecida mundialmente é a ilha de Lanzarote, que de uns anos para cá integra o calendário do circuito WQS, com uma prova de nível 6 estrelas.

Muito parecida com a ilha de Oahu por suas ondas, em poucos quilômetros é possível surfar diferentes estilos de ondas. El Quemao é a mais famosa delas.

Muitas vezes comparada a Pipeline por seus tubos cavernosos e às vezes até mais perigosa por não ter uma saída limpa de praia, aqui se levar na cabeça terá que sair chutando pedra.

Este é o verdadeiro desafio dos surfistas canários e europeus, que a cada inverno vêm passar uns dias pelas ilhas para escapar do intenso frio e enfrentar o “Pipe Canário”.

Alguns brasileiros resolveram criar sua bases em Lanzarote, como no caso do surfista franco-brasileiro Eric Rebiere, que comprou uma casa no pico e não perde nenhum inverno. Ele já pegou a manha da onda e virou um expert nos tubos quadrados, ganhando respeito dos surfistas locais.

Outro que também resolveu mudar-se para lá foi o carioca Gilmar, que mora de frente para a onda e não perde nenhum dia. A galera do tour quando vem pro WQS sempre fica na casa dele. Outro brasileiro que também vive por aqui é o paulista Mateus.

Outros brasileiros menos famosos também já passaram por aqui e todos provaram o sabor de uma das melhores ondas das ilhas Canárias e do mundo.

Outros famosos surfistas que já passaram longas temporadas em Lanzarote foram os australianos Rob Page, Gary Elkerton e Tom Carroll, além do americano Tom Curren. Todos na busca dos famosos tubos do Pipe Canário.

Nunca vou me esquecer da vez que um jovem surfista de apenas 16 anos chamado Dane Reynolds veio para cá tirar umas fotos. Ele deu um show de tubos no Quemao, parecia até um local, tamanha a facilidade de entubar-se.

O espanhol Aritz Aranburu, que hoje faz parte da elite do surf mundial, também desde pequeno vem para esta ilha treinar.

Este ano, no dia 1 de janeiro, El Quemao cobrou sua primeira vítima fatal. Um dos surfistas canários mais queridos, David Infante, mais conhecido como El Fula fez um drop atrasado e foi de cabeça contra as pedras. Morreu no ato. Um choque muito grande para toda a comunidade canária e internacional.

Aqui fica o recado: o mar é um jogo, mas temos que estar preparados para as conseqüências ao surfar ondas de enorme risco.

Visual surreal do expresso de El Quemao em meio à cidade.

Visual surreal do expresso de El Quemao em meio à cidade.

Eric Rebiere revela-se um grande conhecedor dos segredos canários.

Eric Rebiere revela-se um grande conhecedor dos segredos canários

 

Surf Spots – Waimea Bay

Durante anos, a baía de Waimea, na costa norte da ilha de Oahu, no Hawaii, reinou como a rainha de todas as ondas.

Nos meses de verão a baía de Waimea parece mais um lago. Mas durante o inverno as condições são completamente diferentes. Ondulações gigantes, geradas no extremo norte do Oceano Pacífico, arrebentam com uma fúria selvagem sobre o fundo de pedra e areia da baía.

Uma bóia está posicionada a cerca de uma milha de Waimea e é utilizada para prever o tamanho das ondas que vão quebrar na baía.

Em 1943, a morte do surfista Dick Cross criou uma fama macabra para Waimea, que só passou a ser surfada regularmente por volta do final da década de 50.

Em novembro de 1957, num dia com ondas de 15- 18 pés, Greg Noll, Mickey Munoz, Mike Stange e Harry Church entraram para a história como os verdadeiros pioneiros do surf na baía de Waimea.

Durante os anos 60, a baía foi surfada com freqüência pelos melhores surfistas de ondas grandes da época. Nomes como Pat Curren, Rick Grigg e José Angel tornaram-se lendas.

No início dos anos, 70 a fama de Waimea cresceu em volta do mundo. Fotos e filmes transformaram a baía num misto de sonho e pesadelo dos surfistas. Reno Abellira, James Jones e Ken Bradshaw construíram suas reputações como surfistas de ondas grandes graças às suas performances em Waimea durante essa década. Em 1974, Reno Abelira venceu o Smirnoff Pro num dia que as ondas passaram dos 30 pés e fecharam a baía.

Nos anos 80, surfistas como Mark Foo, Darrick Doerner e Brock Little expandiram os limites do surf de ondas grandes em Waimea. Tentando entubar em ondas com mais de 20 pés. O havaiano Eddie Aikau tem seu nome diretamente ligado à baía de Waimea. Eddie construiu sua reputação de “big wave rider” surfando ondas grandes em Waimea.

Antes de desaparecer no mar, em 1978, Eddie foi salva vidas em Waimea e adorava surfar ondas grandes. A qualidade do seu surf aumentava junto com o tamanho das ondas. Não era incomum vê-lo surfando, sozinho, nos dias de ondas gigantes na baía.

Hoje em dia, é realizado anualmente um campeonato de ondas grandes em homenagem à memória de Eddie Aikau. A competição só é realizada quando as ondas ultrapassam o tamanho mínimo de 20 pés de altura em Waimea.

A baía de Waimea pode quebrar com ondas de 10-12 pés. Mas a verdadeira Waimea só começa a funcionar com séries acima de 18-20 pés. Nos dias realmente grandes, podem quebrar ondas surfáveis com mais de 25 pés.

A onda praticamente se resume a um drop vertical. Mas um drop mal sucedido pode colocar o surfista numa situação de perigo. Em Waimea, a coragem, a disposição e o equipamento do surfista são mais importantes do que a sua técnica.

Uma mistura de medo e respeito envolve a baía de Waimea. Um lugar que sempre vai ocupar um espaço especial no imaginário dos surfistas que gostam de experimentar a adrenalina inerente ao surf de ondas grandes.

Confira algumas fotos do pico:

O pico visto do canal

O pico visto do canal

SNI preparando a cavada num dia bem grande

SNI preparando a cavada num dia bem grande

Waimea vista do morro

Waimea vista do morro

Bruce Irons durante o Eddie Aikau

Bruce Irons durante o Eddie Aikau

SNI preste a sofrer as consequencias

SNI preste a sofrer as consequencias

Visão de satélite da baia num dia flat

Visão de satélite da baia num dia flat

Sem comentários...

Sem comentários...

Bodyboarde se atirando no Waimea Shorebreak

Bodyboarde se atirando no Waimea Shorebreak

O caroço do shorebreak!

O caroço do shorebreak!

 

Surf Trip – Africa do Sul

 

Introdução

Jeffrey’s Bay é hoje um dos locais mais freqüentados por surfistas do mundo inteiro que vão em busca do paraíso escondido na África do Sul. Porém há uma abundância de picos perfeitos espalhados pela região sul da África do Sul, entre as cidades de Durban, Port Elizabeth e Capetown.

Ondas: de 3 a 18 pés

Quando: Março a setembro

Condições: Água fria.

O Local

No extremo sul do continente africano, entre os Oceanos Atlântico e Índico, a África do Sul impressiona por sua vasta área de 1.223.410 km2, por seu relevo geográfico marcado predominantemente pela cadeia montanhosa de Drakensberg com alpes acima de 3 mil metros que, junto às correntes oceânicas, provocam grande variação no clima: do temperado ao desértico, passando pelo tropical em algumas regiões.

Outras preciosidades sul-africanas são a sua flora com paisagem mediterrânea nas zonas costeiras, florestas tropicais ao longo dos rios, e a sua fauna com inúmeros tipos de aves, répteis e mamíferos pequenos e gigantes como os famosos elefantes, rinocerontes e búfalos.

O Surf

Ondas: 3 a 10 pés em grande variedade e perfeitas.

Quando: Março a setembro

Condições: Água fria.

Por estar localizada abaixo da linha do Equador, na África do Sul o verão ocorre entre Novembro e Março, ficando forte nos meses de Dezembro e Janeiro. O inverno acontece entre Maio e Agosto e traz chuvas leves à Capetown e à Costa Oeste. Geralmente as melhores condições climáticas e de swell ocorrem com a passagem de baixas pressões na costa e antecedem as frentes frias mais lentas. É então que os swells de sul aumentam e os ventos de oeste sopram leves.

A África do Sul tem forte potencial no surf e conta com ondas boas o ano todo. De Dezembro a Março, o swell é formado especialmente por ciclones tropicais. Nesses meses ondas excelentes quebram na costa nordeste perto da ponta do cabo e na costa sudoeste. De Abril a Agosto o surf é garantido. Os ventos offshores matinais formam ondas clássicas. Ventos de sudoeste nesses meses aumentam o swell criando boas condições e o início do inverno começa em Maio.

Suas direitas perfeitas se encontram em abundância na região sul (costa dos Oceanos Índico e Atlântico), especialmente entre as cidades de Durban, Port Elizabeth e a belíssima Capetown (Cidade do Cabo). Você pode optar por fazer um tour pelas 3 cidades, ou simplesmente ficar em Port Elizabeth e se entregar aos melhores reef breaks de sua vida.

Durban a Jeffrey’s Bay

Mizimpuni: Point break de direita bem manobrável.

Sharks point: Um forte point break de direita.

Ebalow: Point break com excelentes esquerdas.

Lwandile: Point break com direitas muito boas.

Whale Rock: Reef break rápido, curto e muito cavado.

Majuttpoint: Reef break de direita bem pesada.

Sharpleys Reef: Point break de direita com muitas pedras no fundo.

Ntlonyane: O pico mais constante da costa Transkey. Direita longa e tubular, parecida com Supertubes.

Hanepoort: Reef de direitas bem rápidas.

Sandy point: Point break de direita bem cavada e muito divertida.

Horseshoe Reef: Reef break de direita.

Jeffrey’s Bay (J-Bay)

Todas as ondas quebram sobre um reef de pedra vulcânica que percorre toda a extensão da praia de J-Bay. Quando o swell chega à casa dos 10 pés, cinco sessões formam ondas com cerca de 500 metros de extensão. Confira as principais.

Albatross: O primeiro pico de Jeffrey, longo e divertido.

The Point: Sessão consistente, longa e mais cavada.

Tubes: Direita curta que quebra próxima a The Point.

Supertubes: Sessão longa, rápida e muito tubular.

Impossibles: Sessão muito rápida, difícil de ser passada.

Boneyards: A sessão outside de Supertubes.

Magna Tubes: Point break de direitas muito divertidas.

Kitchen Windows: Direitas lentas que quebram sobre um reef no outside.

Claptons Coils: Point break de esquerdas em frente à boca do rio.

Cape St. Francis: Direita muito parecida com Supertubes. Famosa no filme “Endless summer”.

Seal Point: Point break com direitas muito longas.

Capetown a Jeffrey´s Bay

Vlees Bay: Point breaks de direitas.

Gourits Mouth: Direita cavada e rápida com fundo de areia.

Still Bay: Direita clássica e longa.

Victoria Bay: Point break de direita longa e manobrável.

Herolds Bay: Coral e areia formam uma ótima esquerda.

Mossel Bay: Uma variedade de picos que quebram com diferentes swells.

Outer Pools: Reef break de direita muito cavada e rápida.

Inner Pool: Direita muito divertida.

Santos Reef: Esquerdas (sweel de leste) e direitas (swell de sudoeste) curtas, rápidas e cavadas.

Dingdangs: Quebra só com grandes swells, melhor na maré seca.

Dicas

- Leve um bom long-john para agüentar a água fria e o vento da região.

- O ideal é se preparar com pranchas de 6’2″ a 7’2”.

- Essa é a terra dos animais selvagens, aproveite a oportunidade para fazer um safári inesquecível.

Confira algumas fotos:

Visão aérea de J bay

Visão aérea de J bay

J Bay em foto de 1984

J Bay em foto de 1984

uma das ondas mais tubulares da Africa

Cave Rock: uma das ondas mais tubulares da Africa

St. Mikes

St. Mikes

A onda mais Power da Africa?!

Dungeons: A onda mais Power da Africa?!

SNI encarando a bomba de Dungeons

SNI encarando a bomba de Dungeons

Kalk Bay Reeef é uma esquerda perfeita para bodyboarding

Kalk Bay Reeef é uma esquerda perfeita para bodyboarding

Kalk Bay em dia gringo - 1

Kalk Bay em dia gringo - 1

Kalk Bay em dia gringo - 2

Kalk Bay em dia gringo - 2

 

AUSTRALIA - Gold Coast – Paraiso de Direitas

 

Depois de um período adormecido e diante de especulações de que as ondas não seriam mais como antes, o Superbanks, palco tradicional da etapa de abertura do World Tour, situado em um dos pontos mais visitados do Tour, finalmente acordou.

Snapper Rocks é uma das jóias da Gold Coast

Snapper Rocks é uma das jóias da Gold Coast

Embora não tenha quebrado com tanta qualidade como a fama que tem, o pico mostrou que ainda possui uma das ondas mais desejadas e manobráveis do mundo.

Surfistas e a comunidade local andam de mãos dadas, chega a ser engraçado presenciar um carteiro e o dono de uma banca de revistas discutindo sobre “interferência”.

É o lugar em que existe o maior índice de surfistas residentes por metro quadrado do planeta e onde se encontram alguns dos melhores point breaks e beach breaks conhecidos pelo homem.

Fotos de picos como Snapper Rocks, Greenmount, Kirra, Burleigh Heads e Duranbah vêm estampando revistas de surfe bem antes que qualquer surfista da nova geração imagine.

Cena do crowd em Snapper

Cena do crowd em Snapper

Na Gold, os surfistas são tão envolvidos com a comunidade que o estado e seus governantes decidiram criar o “Sand By Pass”, sistema que bomba uma vasta quantidade de areia dos lençóis do Rio Tweed direto para as praias de Queensland, aconselhado pelos veteranos surfistas locais Rabbit Bartholomew e Bruce Lee.

O resultado desta experiência tem sido a formação de um banco

gigantesco de areia que transformou a costa em provavelmente a bancada mais longa e perfeita de direitas do Pacífico.

Depois de implantado o sistema em 2001, uma coletânea de histórias sobre tubos de 18 segundos e dois quilômetros de onda percorridas viraram uma constante na região.

Line Up de Kirra

Line Up de Kirra

Neste primeiro swell, as direitas longas que formam seções tubulares de sonhos surgiram ainda meio tímidas e longe da perfeição que deu nome à bancada.

Também foi bem estranho ver o crowd na guerra pelo posicionamento atrás da pedra mais intensificado, criando momentos de risco devido à ausência da correnteza, que normalmente dá uma revezada na galera no outside, causando alguns “congestionamentos infelizes e colisões perigosas”.

Ao que tudo indica, se os ventos ajudarem e a bancada permitir, 2009 pode ser um ótimo ano para presentear os surfistas locais e visitantes com uma ótima temporada de ondas.

De metade de janeiro a meados de maio entra a época mais propícia para que ocorram os ciclones extratropicais, fenômeno muito bem vindo – apesar do nome. Água morna e tubos com paredes e seções intermináveis fazem a cabeça de quem se diverte nas valas azuis e “calientes” da costa dourada australiana.

Snappers por cima

Snappers por cima

Sem dúvida este é um país que tem o surfe como um dos esportes mais populares; seria proporcional ao Brasil em relação ao futebol. É muito fácil encontrar famílias inteiras na água – vovôs, netos, casais, etc., todos compartilham da mesma paixão. Pegar onda e apreciar o próprio estilo de vida faz com que esse povo se torne muito atraente para os praticantes do esporte.

O Roxy Pro abre a temporada do World Tour 2009 nas ondas de Snapper Rocks entre os dias 28 de fevereiro e 11 de março. Muita ação e informações vão rolar juntos com os boletins diários no Waves. Aguardem.

Mapa dos Picos na Gold Coast

Mapa dos Picos na Gold Coast